Nunca precisei de muito pra chamar atenção. Digo, quando quero falar nunca precisei gritar pra mostrar que estava presente...Nunca apelei pra ficar bonita, nunca precisei andar pelada, nem usar máscaras faciais, muito menos cirurgias. Tenho tendência a ser escrota muitas vezes, mas evito ser pra não deixar de divar.
Sou bastante vintage com roupas e acessórios, e adoro Pin-Ups - elas me representam da cabeça aos pés -.
Mas todo mundo já teve sua fase...
Sabe aquela menina feinha que é escrachada na turma porque é fora do padrão de beleza da sociedade atual, que corre engraçado, que não é fútil e fica lixando as unhas enquanto alguém fala com ela, ou porque só anda de cabelo amarrado e parece um menino? Não, não... melhor! Aquela menina que só conseguiu dar o primeiro beijo ao final dos seus 15 anos e que também era escrachada por ser BV? Prazer, era eu... mas ERA, tá!
Lembrando que eu nunca tive vergonha de ser quem eu era, mas a pressão dos amiguinhos (da onça) da escola, era demais. Isso sim era Bullying.
Após muitos baques no decorrer da minha adolescência, (que hoje digo, a pior fase do ser humano) fui "construindo meu castelo com as pedras que me atiraram" (pra não ter que enfiá-las em um lugar não propriamente dito, que algumas pessoas mereciam e merecem até hoje...) como diz a frase. Hoje com 19 anos, posso me definir em uma palavra: linda.
Você pode até achar: "nossa, e humilde também...", mas eu sou linda e ponto.
Aprenda a se achar linda! Vou te contar...
Ao passar do tempo me adaptei a uma vida menos desleixada, o que foi muito bom pra mim. Com 18 anos cheguei aos 80 quilos, com os cabelos ressecados e desgrenhados pela violência que a prancha comete no cabelo. Comecei por partes: Porque eu havia me desleixado tanto? O que havia acontecido dentro de mim pra esquecer a mim mesma? Será que eu nunca seria linda? Será que nunca usaria um vestido justo como a Jessica Rabbit?
A conclusão foi simples: Eu não me amava o suficiente. Como assim "o suficiente"?
Eu estava gorda e não achava de jeito nenhum que sairia daquela fase... (fora que algumas pessoas me ajudavam jogando terra em mim do buraco que me encontrava) No meu interior, achava mesmo que se nasci gorda, ficaria gorda pra sempre. Bastava algo acontecer na minha vida pra que eu mudasse meu pensamento. E aconteceu, eu pude respirar sozinha, sem pressão de ninguém. Demorou, mas eu consegui PENSAR e melhor, AGIR.
Quando a gente vai pra um país que nunca fomos antes, o ideal é colocar as malas no chão, pegar o mapa e raciocinar. Foi exatamente isso que eu fiz. Na verdade eu tinha medo de conhecer pra uma nova Ingrid.
O sobrepeso e a baixa estima foram me consumindo então olhei pra minha idade, vi que tinha saúde e que se estava naquilo era por preguiça!
Levantei, e agi: Fui pra academia. Na primeira semana perdi 2 quilos. (acho que minha força de vontade era tanta, que eu queria me livrar do que nunca havia me pertencido)
Quanto ao cabelo, cortei meu cabelo praticamente todo! O que estava na cintura... ESTAVA! Atualmente está no ombro. O que também foi um desafio. Me vi obrigada a cortar meu cabelo pela transição capilar,(que acontece quando a menina sai do cabelo com química para o natural) queria os cachos novamente.
Hoje com 68 quilos (ainda estou um pouco acima do peso) e de cachos largos e lindos, posso dizer que tudo o que consegui hoje foi uma vitória.
Não há como explicar o tamanho do amor que sinto por mim mesma... essa fase de se amar é a melhor do mundo. Ver que suas roupas antigas cabem em você novamente, e que a maioria fica até larga... E de como é chato comprar roupas e mais roupas novas em brechós.
Aprendi que em tudo o que fazemos em nossa vida, devemos ter força de vontade e foco.
Nunca desistir é o mais importante.
